Parte 3 – final
Retomaremos tratando das antenas, assunto que vai além de dBi (decibel isotrópico). Com a atualização dos padrões, foi possível também aumentar a qualidade e quantidade de antenas de um dispositivo, que podem ser externas ou interna.
Antigamente os aparelhos possuíam apenas 1 antena, que ou recebia ou enviava dados em determinados momentos, até se chegar ao advento de 2 antenas, em que uma envia e outra recebe, melhorando assim o fluxo.
Atualmente podem existir várias antenas que podem misturar suas funções de acordo com a necessidade. No entanto, a quantidade de antenas ajuda a melhorar apenas a qualidade do sinal. Raramente elas melhoram a potência. Neste caso, o que deve ser observado é de fato os dBi, que na maioria dos casos veem com 3 ou 5 dBi. Se o problema for cobertura de sinal, se deve optar por modelos com dBi maiores, ou optar por um upgrade, trocando as antenas por modelos de maiores potências como de 9 dBi por exemplo, desde que o aparelho tenha suporte para tal ação.
Com relação a repetidores de sinais, aqueles aparelhos que são colocados no meio do caminho para prolongar o sinal, caso seja necessário, se deve optar por modelos com pelo menos 2 antenas, onde uma faz a função de receber o sinal do AP e a outra de retransmitir, o que evita colisões e o famoso “delay” que ocorre muito nesses equipamentos.
Uma das mais recentes tecnologias Wi-Fi é o MIMO (Multiple Input Multiple Output). Sua principal função é administrar a conexão das antenas com os dispositivos e/ou conteúdo.
Ocorre que a rede Wi-Fi é muito “bem-educada”. Quando é feita a solicitação, se o meio estiver em uso, ela “aguarda até sua próxima vez para ser atendida”.
As antenas só podem dar “atenção” para um dispositivo por vez, mas isso é tão rápido que não é percebido. Porém, imagina que existem muitas conexões em um aparelho e uma delas está fazendo algum streaming ao vivo, ou algum jogo online. A concorrência das conexões podem ser muito altas, impedindo o streaming ou jogo de fluírem em tempo real.
Neste caso, com o uso do MIMO, ele segmenta as antenas por dispositivo ou conteúdo, e assim a “concorrência” diminui ou até mesmo é eliminada. No exemplo da figura 3, o aparelho possui MIMO para 2.4GHz de 3×3, o que significa que existem 3 antenas de transmissão e 3 de recepção, com administração do fluxo de dados ou dispositivo.
Um ponto importante em qualquer assunto relacionado à tecnologia é segurança, e nas redes Wi-Fi ela não poderia faltar.
Embora segurança não seja o foco deste artigo, vale destacar que todos os equipamentos Wi-Fi já estão incorporados com o mínimo de segurança. Porém, a responsabilidade de aplicar uma senha e alterá-la de tempos em tempos, é do responsável pela rede Wi-Fi.
Um grande erro cometido, principalmente quando se usa Wi-Fi do aparelho da Operadora, é não trocar a senha que vem por padrão. Tanto a senha como o SSID (nome) – pois caso o aparelho tenha sido acessado por vizinhos, no caso de uma rede doméstica – você estaria compartilhando seus recursos de forma inconsciente e sofrer até falta de desempenho.
Embora não mencionado especificamente pelos fabricantes, todos os aparelhos possuem configurações de hardware e software embarcado, que permite o acesso e administração de alguns recursos, como o SSID, troca de senha, e configuração dos canais. Os roteadores Wi-Fi contam com firewall, NAT, DHCP e outras configurações de forma muito intuitiva, sendo que alguns até contam com um App para o celular, onde você pode verificar se existem “infiltrados” na sua rede.
Para finalizar, desafio você a baixar o App Wifi Analyzer, disponível para Android e iOS, e iniciar uma verificação geral em seu ambiente, tanto de canais como de potência de sinal ou áreas de sombras; a verificar as especificações e configurações do seu aparelho Wi-Fi; e a acessá-lo fazendo as configurações recomendadas – e aqui vão dois segredos: o primeiro é que na parte de baixo da maioria dos aparelhos contém as informações de acesso à ele; e o segundo é que se você errar, existe um botão bem pequeno na parte de trás com nome “Reset” basta segurá-lo por alguns segundos e tudo é restaurado de fábrica.
Se você descobrir que não tem um, mas está usando o da Operadora, ou que o seu já está “ficando pra trás”, espero que este artigo o ajude a fazer as atualizações devidas.
Desta forma, antes de você ligar na Operadora e muitas vezes tomar um “chá de canseira”, ou aguardar o técnico para apenas reiniciar sua rede, faça você mesmo um teste e identifique de onde vem o problema.
É simples, prático e – acredite em mim – muito divertido!
Não perca nossa próxima postagem, Blog da FOCUS!
por: Raul Domingues (Especialista em Infraestrutura de TI)
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