O que estou aprendendo com o home office. O que mudou e como deve ser daqui para a frente.
Desde o início do medo da pandemia, em que me vi obrigado a entrar em quarentena, trancafiado dentro de casa.
Acordei às 6h30 e, como de costume, olho minha agenda do dia. Tenho 5 compromissos profissionais e 2 pessoais. Dos sete, seis são on-line e apenas 1 presencial, na sacada da minha casa: o jantar depois das 21h com um belo vinho de acompanhamento.
Tenho saído de casa sim, 1 vez por semana, seguindo todos os protocolos de segurança, para alguma reunião presencial extremamente importante, uma filmagem com cliente, compras e um eventual passeio rápido de moto na rodovia, para desopilar o fígado. Aproveito para fazer tudo isso num único dia, o dia da saidinha no semiaberto e logo volto para casa, tomo aquele banho demorado e, na sequência, já entro no clima de home office novamente.
O que mudou nesses 2 meses? O formato… Nem tudo é presencial, cerca de 80% a 90% dos compromissos são remotos e on-line.
Basicamente, o trabalho é o mesmo, o produto e o serviço são os mesmos e o público também é o mesmo. A forma de se relacionar e o approach mudaram. Entretanto, a régua diminuiu bastante (margens, preços, escala etc.).
A verdade é que estamos trabalhando muito mais, fazendo coisas a mais (que não fazíamos antes) e ganhando menos, bem menos.
Uma realidade que está sendo vivida por outras pessoas, outras famílias e algumas empresas.
O home office torna os contatos mais ágeis, minimiza custos e aglomerações em locais e em transporte público. Porém, em meio a essa crise, temos resultados mais demorados e menores.
O famoso “Distantes, porém, conectados e juntos” está se acomodando ainda.
TV aberta, noticiários e portais de internet? Nem pensar. Em meio a esse caos socioeconômico e a essa guerra política, em que esses bandidos disfarçados de mocinhos usam a pandemia como plataforma para se promoverem e aproveitam-se da situação de não precisar de licitações para o uso do nosso dinheiro na compra de itens e equipamentos para a saúde, não tenho coragem de dar audiência à tudo isso e muito menos concordar e apoiar essa corja. Outra coisa, o que é divulgado no aumento de casos de contágios e óbitos X a falta de ação das autoridades locais, me causa nojo e repúdio.
Em meio a todo esse cotidiano que vem se tornando rotina, quais são as lições e o que, de fato, tenho aprendido:
As transformações são inúmeras, passando pela política, economia, modelos de negócios, formato das relações, a relação com a comunidade e o meio em que se vive, entre outras coisas.
O que mais me preocupa e sinto falta é da parte de lazer, social, cultural, academia, o olho no olho, o aperto de mão, o abraço e o beijo. Sou sinestésico. Sinto falta de estar com muitos familiares, parentes e amigos mais próximos. A saudade é bastante grande.
Visto que ainda não temos vacina para o vírus e olhando para outros países que estão 2 ou 3 meses na nossa frente (considerando o início do contágio), a impressão que dá é que não iremos ter nenhum contato externo e pessoal, como era antes, por um bom tempo.
O pico que seria em abril, passou para maio, que passou para junho e assim está indo, prorrogando o término de tudo isso e, na minha opinião, um dos maiores aprendizados é que os políticos têm mesmo a coragem de acabar com milhares de vidas, tratando essa questão de acordo com seus interesses e, mais do que nunca, ficando com o nosso dinheiro. Simples assim.
Eu arrisco a dizer que esse ano praticamente já foi.
Faremos a ceia de natal, confinados.
Pode ser que tenhamos que aprender a conviver com esse cenário – de que o novo coronavírus seja igual a um HIV, por exemplo – no qual tem de se usar camisinha nas relações sexuais, seringas descartáveis, testes de sangue antes de doar/usar em transfusões etc. Ou seja, nossas máscaras, álcool em gel, assepsia nas mãos e distanciamento, passarão a fazer parte do nosso dia a dia.
Teremos de incorporar essas coisas e seguir de forma híbrida, mais on-line e menos off-line, o virtual e o real serão absorvidos e agiremos de forma natural, convivendo com essas mudanças e o com esse novo formato.
Enfim. Tenho a certeza de que daqui para a frente terei uma vida diferente, mais simples, com menos exageros, focando no que é essencial e ambições menos desmedidas. Resumindo: relações mais sinceras e comprometidas entre pessoas e empresas. Valorizarei muito mais o que tenho do que aquilo que almejo.
Tempos pós-normais é o novo normal: Precisamos desafiar o status quo. Não perguntando se devemos mudar, mas sim, nos reinventando em como mudar.
Bem-vindos ao futuro do presente.
Ou você se adapta rapidamente, ou tudo isso te derruba.
Não perca nossa próxima postagem, toda sexta-feira no Blog da FOCUS!
por: Luis Claudio – CMO Sensr.IT & ex-Gerente Negócios TOTVS
#HomeofficeFocus #FocusConsultoria #FocusProtheus #ERPProtheus