Parte 2
Para a gente não se perder com diversa terminologia, a figura 3 apresenta as especificações técnicas de um determinado aparelho Wi-Fi. Essas especificações podem e devem ser encontradas em qualquer tipo de dispositivo que faça uso do Wi-Fi, inclusive parte desses termos compõem as especificações de um celular por exemplo.
Como já vimos, mas vale ressaltar, que a figura 3 demonstra a compatibilidade com tais padrões e frequências. É importante também que seja verificado o padrão presente nos dispositivos receptores, pois ele poderá limitar a potência do sinal. Por exemplo, o AP ou roteador é IEEE 802.11ac, mas o notebook é IEEE 802.11n, o que equivale dizer que a comunicação AP/notebook será limitada pelo padrão do notebook.
Sem muitos detalhes teóricos e científicos sobre amplitude, comprimento de onda e modulações, a diferença principal é:
Geralmente de forma nativa os aparelhos mais novos vêm configurados com 2 redes Wi-Fi, uma com terminação SSID 2.4 e outra 5 GHz, justamente para fazer a separação na emissão de sinais.
Dentro de frequência tem um detalhe importantíssimo que não pode passar despercebido, são os Canais, que pouca gente da atenção e faz uma grande diferença. Na frequência 2.4GHz existem 14 canais que podem variar de 20 MHz a 40 MHz, como pode ver na figura 4, a seguir:
O importante sobre esse ponto é que você verifique em seu ambiente qual Canal está mais livre, menos congestionado e, então, configurar seu aparelho para operar nesse canal. Vale o mesmo para a frequência 5 GHz. Porém, ela possui uma quantidade maior de Canais, e pode variar entre 20, 40, 80 e até 160 MHz em aparelhos mais novos. Note na figura 4 que os melhores canais para uma nova Wi-fi seriam 14, 3 e 10.
Quantidade máxima para tráfego de dados. Um grande equívoco cometido é adquirir um aparelho com taxa de 867 Mbps para 5 GHz (como na figura 3), esperando alcançar tais velocidades no aparelho receptor.
Alguns fatores impedem o sucesso dessa taxa. O primeiro deles é o fator da perda de sinal, que mesmo no mínimo de distância não será possível atingir 100% dessa taxa. Outro fator é que essa taxa pode estar considerando metade para TX (envio) e metade para RX (recebimento). Também importa considerar outro fator, que pode ser seu equipamento de recepção, com limitação de hardware inferior e por isso não garante a potência total. E por último, em se tratando não só da Wi-Fi, mas da Internet em si, se seu link for de 50 Mbps, mesmo se você conseguisse uma boa taxa, estaria limitado a um link de 50 Mbps. O contrário também é verdadeiro: se seu link é de 300 Mbps, mas sua conexão Wi-Fi está limitada a 72,2 Mbps por exemplo, não vai usufruir de todo o link, em se tratando de um dispositivo apenas.
Um item importante a verificar é a porta LAN, ou seja a conexão para o cabo de rede, caso o aparelho seja de 10/100 Mbps. Também haveria um problema de limitação de banda, posto que geralmente aparelhos com altas taxas de Wi-Fi já estão contendo portas LAN de 1 Gbps. Se seu link for maior que 100 Mbps será necessário um aparelho com essa característica.
As redes Wi-Fi usam a unidade de medida dBm (decibel miliwatt) e também sem entrar em muitos detalhes teóricos e científicos, significa na potência de transmissão o valor máximo que o dispositivo poderá emitir. No exemplo da figura 3, para 2.4 GHz seria 20dBm. A eficiência da emissão desse sinal dependerá também na antena que está sendo utilizado. O importante de verificar esse item é o fator de alguns aparelhos permitirem a troca das antenas, e então poderá optar por uma antena de melhor qualidade desde que ele tenha suporte à potência.
Para a sensibilidade da recepção, em alguns aparelhos é possível verificar números parecidos com o da figura 3. Por exemplo “-78dBm” na frequência 2.4GHz é igual a uma taxa de 54 Mbps. Quando o aparelho receptor não apresenta esses dados, pode ser utilizado um App no celular para verificar, e isso é extremamente útil para encontrar áreas de sombra do Wi-Fi ou onde tem o melhor sinal.
E aí, cansado? Consegue encarar mais um texto? Prometo que será o último. Até a próxima semana.
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por: Raul Domingues (Especialista em Infraestrutura de TI)
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